old enough to have a marriage end and not wind up in a mental hospital

as pessoas falam, mas a gente só se dá conta quando acontece mesmo. completar trinta anos não é um ano a mais na sua vida, mas dez a mais na sua paciência, vinte no seu equilíbrio e quarenta no quesito idade social. começo a me dar conta de que preciso conversar com pessoas mais velhas ou da mesma idade. mesmo minha mais estimada amiga de vinte e oito parece ainda estar engatinhando quando já estou de pé. aos vinte e oito eu também estava engatinhando, mas tinha alguém nove anos mais velha como pessoa mais presente na minha vida. outra que também não ando tolerando muito bem quando está em suas crises existenciais. voltando à de vinte e oito; pessoas problemáticas são mais profundas, inteligentes e sensíveis. porém, por serem assim, pensam que possuem toda a verdade sobre si mesmas. isso não existe. muitas vezes tapamos os olhos para nossas próprias falhas por repousar turbulentamente nos leitos de nossas emoções. sentimos tanto que torna-se impossível pensar sobre elas. encaro essa fase da vida como uma segunda adolescência onde estamos mais experientes, mas igualmente passionais. e quando falo adolescência me refiro às transformações. é tanto conflito dentro da gente que não dá mesmo para enxergar o outro sem influência desses próprios conflitos. e isso dura até o fim dos vinte e nove quando finalmente saturno sai do nosso eixo. 

por mais que ansiasse os trinta, não imaginei que seriam tão reveladores. a cada dia me conheço melhor e exatamente por isso, sei que não existe verdade, mas a minha verdade mutável.

Luisa

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